Segurança em TI – prevenção sem contingência é um risco estratégico

Publicado em 8 de setembro de 2025 por Emerson Léo Ferreira

Introdução

No ambiente corporativo, falar de segurança da informação normalmente significa falar de prevenção, fazendo uso de firewalls, monitoramento de rede, antivírus, autenticação multifator e criptografia. Todos esses recursos são fundamentais e indispensáveis para reduzir vulnerabilidades.

Mas a capacidade de recuperação é um ponto crítico que muitas vezes fica em segundo plano.
Investir apenas na proteção e não estruturar um plano de contingência coloca a empresa em risco. Afinal, incidentes podem acontecer mesmo em ambientes altamente protegidos, e a diferença entre horas ou dias de indisponibilidade está justamente na preparação para restaurar a operação.


Prevenção é a primeira barreira

Não há dúvidas de que a proteção deve ser robusta. Ferramentas de segurança são o primeiro escudo contra ataques externos e falhas internas. Sem elas, qualquer empresa fica vulnerável.

No entanto, esse é apenas o primeiro estágio da maturidade em segurança de TI. Organizações que param nesse nível podem acreditar que estão seguras, mas, na prática, continuam expostas ao risco de paralisações críticas quando o imprevisto acontece.


Contingência é a estratégia para manter a operação

O plano de contingência é o conjunto de procedimentos, recursos e estratégias que entram em ação quando a falha já ocorreu. Ele garante que a empresa consiga se manter funcional, ainda que em capacidade reduzida, até que os serviços sejam totalmente restabelecidos.

Esse plano deve incluir:

  • Backups confiáveis e armazenados em locais seguros.
  • Testes periódicos de restauração, para garantir que os dados realmente possam ser recuperados.
  • Procedimentos claros de resposta para a equipe de TI e para as áreas de negócio.
  • Comunicação estruturada, evitando ruídos em momentos críticos.

Sem contingência, a proteção é apenas uma promessa. Com contingência, a empresa está preparada para lidar com a realidade dos incidentes.


Continuidade de negócios (BCP) e recuperação de desastres (DRP)

Dois conceitos complementares fortalecem ainda mais essa abordagem:

  • Business Continuity Plan (BCP) define como a empresa continua a operar mesmo durante interrupções significativas. O foco é reduzir o impacto nas atividades essenciais.
  • Disaster Recovery Plan (DRP) determina as ações específicas para restaurar os sistemas de TI após falhas graves ou ataques.

Enquanto o BCP garante que a empresa siga funcionando, o DRP garante a retomada plena da infraestrutura de TI. Aplicados de forma integrada, fortalecem a capacidade da organização de manter suas operações mesmo em cenários adversos.


Conclusão

Investir apenas em prevenção é como construir muros altos, mas não preparar rotas de evacuação. A verdadeira maturidade em segurança está no equilíbrio entre evitar falhas e recuperar-se rapidamente delas.

Proteção sem contingência é um risco estratégico. Empresas que compreendem essa diferença não apenas se defendem melhor, mas também se mantêm competitivas, resilientes e preparadas para sustentar sua operação em qualquer cenário.

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